Can I play with Madness?

domingo, 5 de dezembro de 2010

A nova geração de Christiane F.


NOVA GERAÇÃO CHRISTIANE F. - “Engel e Joie” - O título se encontra entre aspas, pois não se refere ao título do filme nas locadoras e no Brasil, assim como já ocorreu com outros filmes, os responsáveis pelo lançamento deste, optaram por mudar o título original de forma, no meu ver, nociva à produção em questão.
No caso, o título do DVD lançado por aqui e que acaba de chegar nas locadoras é “Nova Geração Christiane F.”, e seguinte, não há qualquer relação com o clássico do início dos anos 80, baseado em um livro-reportagem, onde relatava uma história real sobre Christiane e a sua geração em Berlim no começo daquela década, o título original é “Engel e Joie” e o roteirista é Kai Herman, o mesmo de “Christiane F. 13 anos, drogada e prostituída”.


Engel & Joe


Vinte cinco anos depois do polêmico filme Christiene F., o mesmo roteirista, Kai Herman, assina essa produção que segue um linha parecida e se passa no cenário underground da Alemanha dos dias de hoje.
O roteirista volta a abordar jovens de Berlim e o movimento urbano alternativo da capital alemã. Engel, personagem principal do filme, é punk e vive pra cima e pra baixo com o seu grupo, assim como a maioria deles, é viciado, não tem casa e se declara anarquista. Joe é uma jovem com uma mãe problemática, resolve fugir de casa e ir morar nas ruas com o seu cachorro, numa tarde o cão foge, ela vai atrás, o animal acaba indo parar no grupo de Engel, ela vai até lá e recupera o cachorro, o garoto se interessa de cara por ela.
A partir daí iniciam uma relação amorosa e conturbada, repleta de brigas, problemas familiares, drogas e suas conseqüências, amizade e uma vida inteira pela frente, este é o grande mérito do filme e do roteiro, consegue mostrar de forma sutil, sem ser piegas, que o casal, mesmo com todas as dificuldades, sonha, ambos têm objetivos para as suas vidas, sonham em partir da cidade, montar uma comunidade anarquista, porém, muitas vezes a vida em metrópoles acaba por ser abstraída de todos os sonhos.

Tal realidade é comum a qualquer jovem metropolitano, rodeado e indagado diariamente por um capitalismo selvagem, arrumar trabalho, ganhar dinheiro, cercado por inúmeros caminhos, drogas, sexo e variadas opções . É uma reflexão válida a cerca do tédio e da frustração, tão comum ao jovem urbano.


 Placebo - Black-Eyed (Mal-visto)
 Eu nunca tive fé
E eu nunca fui um alguém confiável
À beira da esquizofrenia
e a garantia de causar uma confusão
Eu nunca fui leal,
Exceto às minhas zonas erógenas
Eu sempre serei mal-visto
Um produto de um lar destruído
Eu nunca tive fé
E nunca fui um alguém confiável
À beira da bipolaridade
Pra sempre te enchendo o saco
Eu nunca fui grato
É por isso que passo meus dias sozinho
Eu sempre serei mal-visto
Um produto de um lar destruído
Lar destruído
Mal visto, mal visto
(...)




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